Nesta terça-feira (5), o presidente Lula (PT) afirmou que os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem ser sigilosos para mitigar eventuais “animosidades” contra as instituições do judiciário. A declaração do chefe do executivo surge após críticas firmes dos militantes de esquerda contra certos posicionamentos do Ministro Cristiano Zanin, indicado por Lula à Suprema Corte, sobre temas sensíveis à sociedade, como a descriminalização do uso de drogas e a penalização da LGBTQIA+fobia.
As declarações foram dadas no programa semanal “Conversa com o Presidente”, onde Lula afirmou: “Se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”.
Segundo Lula, isso reduziria os atritos contra o poder judiciário nacional: “Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito de a gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”.
Com certa frequência é estampado no noticiário que ministro da Suprema Corte são hostilizados. Mais frequentemente isso aconteceu com o Ministro Alexandre de Moraes e sua família em um aeroporto. Mas, apesar disso, os votos dos ministros serem secretos retira o princípio da transparência dentro do judiciário nacional, portanto, a fala do presidente pode ser questionada.
Foto de capa: Divulgação/Reprodução/Captura de tela/Youtube/Lula.