Ao longo da campanha eleitoral em busca da reeleição, o ex-presidente Jair Bolsonaro gastou R$ 754 mil reais em lanches e refeições para militares e policiais. O dinheiro gasto foram recursos públicos e contemplaram 21.447 kits de lanches.
A distribuição dos kits foi feita para agentes locais de segurança, convocados para dar apoio ao então candidato à reeleição em suas visitas aos municípios.
A equipe do jornal UOL analisou 58 agendas de Bolsonaro fora de Brasília, entre os meses de agosto e outubro. Foi constatado que destas, 42 foram classificadas como atividades eleitorais e tiveram suas despesas pagas com o cartão corporativo, portanto, dinheiro público.
Para exemplificar inconsistências desses gastos públicos, no dia 2 de outubro, quando Bolsonaro foi ao Rio de Janeiro votar no primeiro turno das eleições, dia em que não houve agenda de campanha, as notas fiscais mostram que foram comprados 1.100 kits-lanches no valor de R$ 39.600.
Ao longo da campanha eleitoral, o e-presidente chegou a mobilizar mais de mil agentes de segurança local, em agendas que duravam poucas horas.
Ainda, nas motociatas, onde Bolsonaro ficaria mais vulnerável, eram envolvidos ainda mais agentes de segurança.
Em geral, os kits-lanches eram compostos por: 2 sanduíches, 1 fruta, 1 barra de cereal e 1 refrigerantes ou água.
A reportagem do UOL ainda capturou a fala do ex-chefe do Estado Maior Geral da PM do RJ, Robson Rodrigues, que relatou que “Quando você pede o apoio [de segurança], ele já vem com tudo pronto. As autoridades têm direito de escolha, mas o próprio estado que provê alimentação”.