Eleições presidenciais na Argentina acontecem neste domingo (22) e duelo acirrado entre ultradireita e esquerda marca decisão histórica

Eleições presidenciais na Argentina acontecem neste domingo (22) e duelo acirrado entre ultradireita e esquerda marca decisão histórica

Neste domingo (22) acontecem as eleições presidenciais na Argentina e um duelo acirrado foi previsto nas últimas pesquisas eleitorais. Os protagonistas dessa disputa são Javier Milei, que demonstra um posicionamento político-ideológico de ultradireita (e que venceu as eleições primárias em agosto), o atual ministro da Economia, Sérgio Massa, de esquerda, e em terceiro plano, mas ainda com potencial força de disputa, a candidata de direita e ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich.

O processo eleitoral tem sido marcado pelo populismo de Milei, que tem conquistado votos desenfreadamente com um discurso conservador, Neoliberal e de ataque aos ideais de esquerda. Contra Massa, tem o ponto de ser o candidato do atual presidente, Alberto Fernández, onde o cenário econômico caótico, com inflação chegando aos 138% às vésperas das eleições, é definitivamente o ponto de principal desvantagem para o candidato de esquerda.

 

Pesquisa Eleitorais: 

A lei argentina determinou que só poderiam ser divulgadas pesquisas eleitorais até o dia 14 de outubro. Dois dos principais levantamentos mostram uma disputa acirrada, com um cenário até então indefinido e imprevisível:

– Na pesquisa da BC Consultora Milei aparece com 29,9% das intenções de voto, enquanto Massa surge empatado tecnicamente com Milei e em segundo lugar com 29,1%. Bullrich desponta em terceiro lugar com 21,8%.

Para este levantamento, foram entrevistados 4.069 eleitores argentinos de forma on-line entre os dias 9 e 11 de outubro. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual e a confiabilidade é de 95%.

– Já no levantamento realizado pelo instituto Atlas Intelligence, o ministro da economia surge à frente com 30,9% das intenções de voto, o ultradireitista aparece com 26,5%. Ainda em terceiro, a ex-ministra da Segurança pontua 24,4%.

O instituto entrevistou de forma on-line 5,702 argentinos entre os dias 10 e 13 de outubro. A margem de erro é 1 ponto percentual.

– Para um eventual Segundo Turno o cenário é o seguinte:

BC Consultora:

– Cenário 1:

– Javier Milei: 36,9%;

– Sérgio Massa: 35,3%;

– Brancos/Nulos/Indecisos/Abstenções: 27,8%.

 

– Cenário 2:

– Javier Milei: 33,3%;

– Patricia Bullrich: 30,2%;

– Brancos/Nulos/Indecisos/Abstenções: 36,5%.

 

– Cenário 3:

– Sérgio Massa: 35,1%;

– Patricia Bullrich: 34,8%;

– Brancos/Nulos/Indecisos/Abstenções: 30,1%.

 

 

Atlas Intelligence: 

– Cenário 1:

– Javier Milei: 41,3%;

– Sérgio Massa: 38,9%;

– Brancos/Nulos/Indecisos/Abstenções: 19,8%.

 

– Cenário 2:

– Patricia Bullrich: 37,3%;

– Javier Milei: 33,3%;

– Brancos/Nulos/Indecisos/Abstenções: 29,6%.

 

– Cenário 3:

– Patricia Bullrich: 41,8%;

– Sérgio Massa: 36,2%;

– Brancos/Nulos/Indecisos/Abstenções: 21,9%.

 

Sobre as Eleições: 

As eleições presidenciais na Argentina ocorrem a cada 4 anos, elegendo um presidente, metade dos deputados que compõem a Câmara e 1/3 dos senadores. Os mandatos são de 4 anos para o chefe do executivo e para os deputados, e de 6 anos para os senadores. Para eleger os governadores, cada província tem o seu calendário próprio, neste domingo, haverá votação para governador em apenas 3 das 23 unidades: Buenos Aires, Catamarca e Entre Ríos.

Um candidato à presidência, para vencer em primeiro turno, precisa ter 45% dos votos válidos, ou mais de 40% e uma diferença de 10% para o segundo colocado. Caso isso não seja consolidado hoje, os argentinos retornarão às urnas no dia 19 de novembro para o segundo turno.

A Argentina conta com uma população de 46,6 milhões de habitantes, e 35,8 milhões de eleitores.

 

Perspectiva do Governo Brasileiro Sobre a Eleição Argentina: 

O ministro da economia, Fernando Haddad (PT) afirmou, em entrevista à Agência Reuters, que uma eventual vitória de Javier Milei preocupa o Brasil: “É natural que eu esteja (preocupado). Uma pessoa que tem como uma bandeira romper com o Brasil, uma relação construída ao longo de séculos, preocupa. É natural isso. Preocuparia qualquer um… Porque em geral nas relações internacionais você não ideologiza a relação”, disse.

Milei, que é chamado de “Bolsonaro argentino”, já afirmou que vai cortar relações com países de governos de esquerda. O candidato de ultradireita já chamou Lula de “Comunista furioso” e “Socialista com vocação totalitária”. Milei disse ainda que o Mercosul é um “Fracasso comercial” e que sob ele a Argentina seguirá independente do bloco.

 

Foto de capa: Divulgação/Reprodução/Luis Robayo/Alejandro Pagni/Luis Robayo/AFP.

 

 

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