A possibilidade de o presidente Lula (PT) não se candidatar à reeleição em 2026 começa a preocupar as lideranças do PT. Em reportagem de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, foi revelado que a candidatura de Lula dependerá, sobretudo, de sua aprovação popular e da percepção de viabilidade política nos próximos anos. Nos bastidores, há uma avaliação de que o presidente pode optar por não concorrer, especialmente se sua popularidade não assegurar uma base forte para uma nova disputa.
Aliados de Lula temem que ele opte por encerrar sua trajetória eleitoral com a vitória histórica de 2022, evitando o risco de uma derrota que comprometeria seu legado. Para Lula, disputar a reeleição aos 81 anos seria um desafio, e a ideia de finalizar sua carreira no auge das conquistas políticas recentes ganha força. Caso venha a ser derrotado, dificilmente haveria uma revanche eleitoral em 2030, observam fontes do PT, considerando que, ao fim de um segundo mandato, Lula estaria próximo dos 90 anos.
Contudo, as pressões para que Lula lidere a chapa em 2026 serão intensas. O PT teme que, sem sua liderança, o partido e os aliados percam representação significativa, o que, segundo integrantes, poderia facilitar uma hegemonia conservadora duradoura. O partido debate internamente uma possível “lulodependência”, reconhecendo que a falta de um sucessor com o mesmo apelo popular pode enfraquecer sua posição eleitoral.
A capacidade de Lula em unir e mobilizar o eleitorado de esquerda é vista como inigualável, e a ausência de um nome com essa força gera preocupações quanto ao futuro do campo progressista. Sem ele, o PT e os aliados poderiam enfrentar uma redução inédita de suas bancadas, avaliam as lideranças, ressaltando que, sem um líder que reúna apoio popular, o partido arrisca-se a perder espaço para forças políticas adversárias.
Foto: Presidente Lula no Palácio do Planalto; Créditos: Brenno Carvalho / Agência O Globo