Presidente do Peru dissolve congresso e anuncia estado de exceção

Presidente do Peru dissolve congresso e anuncia estado de exceção

O presidente do Peru, Pedro Castillo, instituiu nesta quarta-feira (7) um governo de exceção no país, anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições.

Castillo responde ao terceiro processo de impeachment em um ano e meio de poder. Ele declarou o estado de emergência e impôs um toque de recolher em todo o país horas antes do julgamento do impeachment. Mesmo com o anúncio da dissolução do Congresso, os deputados decidiram votar o impeachment.

A Corte Constitucional (Suprema Corte) do Peru chamou o ato de golpe de Estado e pediu que a vice-presidente do país, Dina Boluarte, assuma a presidência – há algumas semanas, Boluarte rompeu com Castillo.

A própria Boluarte declarou ser contrária às medidas de Castillo. Em uma rede social, ela afirmou o seguinte: “Eu rechaço a decisão de Pedro Castillo de perpetrar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar seguindo as leis”.

No discurso televisionado, Pedro Castillo anunciou as seguintes medidas:

  • Dissolver “temporariamente” o Congresso
  • Instaurar governo de emergência excepcional
  • Convocar eleições para um novo Congresso
  • Elaborar uma nova Constituição em até nove meses
  • Estabelecer governo temporário de exceção
  • Impor toque de recolher entre 22h e 04h, no horário local
  • Exigir devolução ao Estado de armas ilegais, sob pena de prisão
  • “Reorganizar” do sistema de judicial, incluindo o Poder Judicial, o Ministério Público, a Junta Nacional de Justiça e o Tribunal Constitucional

Logo após o pronunciamento, os ministros da Economia e das Relações Exteriores renunciaram com a alegação de que a medida violava a Constituição do Peru.

“Decidi renunciar irrevogavelmente ao cargo de ministro das Relações Exteriores, dada a decisão do presidente Castillo de fechar o Congresso… violando a Constituição”, disse o agora ex-chanceler Carlos Landa.

A dissolução do Congresso peruano é uma prática permitida pela Constituição do país e não é incomum que líderes peruanos usem esse recurso. Em 2019, o então presidente do país, Martín Vizcarra, também dissolveu o Congresso e convocou novas eleições. O mesmo ocorreu em 1992, durante a gestão de Alberto Fujimori.

G1

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