O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encontra-se sob pressão da ala bolsonarista após manifestar apoio à reforma tributária em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em Brasília, na última quarta-feira. Durante o encontro, Tarcísio afirmou concordar com cerca de 95% do projeto, que é relatado pelo deputado paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP). O assunto também foi discutido em um jantar entre Tarcísio e Ribeiro na terça-feira.
No entanto, um interlocutor próximo ao presidente Jair Bolsonaro alertou que Tarcísio deve prestar atenção à repercussão do seu posicionamento, uma vez que corre o risco de perder completamente o apoio do bolsonarismo. A pressão se intensificou nas redes sociais, com alguns apoiadores chamando o governador de “traidor” e exigindo que ele retire seu apoio à reforma.
A irritação dos seguidores de Bolsonaro está relacionada ao fato de Tarcísio ter expressado seu apoio à reforma tributária ao lado de Fernando Haddad. Por sua vez, o ministro da Fazenda elogiou a atuação do governador de São Paulo, ressaltando a importância de colocar os interesses nacionais acima de questões regionais e partidárias.
A reação contrária à reforma também se estendeu ao ex-presidente Lula. Aliados de Bolsonaro, como o ex-secretário de Comunicação do governo, Fabio Wajngarten, compartilharam um texto em nome do ex-chefe exigindo oposição total aos projetos do governo Lula no Congresso. No texto, Bolsonaro destaca sua oposição ao PT e pede que os parlamentares votem contra a PEC da Reforma Tributária.
Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e Mario Frias (PL-RJ), ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro, também compartilharam a publicação de Wajngarten, aumentando a pressão sobre Tarcísio de Freitas.
Essa pressão tem como objetivo associar a ideia de que a Reforma Tributária é um projeto estritamente ligado a Lula e ao PT, desconsiderando a colaboração de outros parlamentares, empresários e especialistas na formulação do projeto. Tarcísio enfrenta, assim, o desafio de lidar com a pressão política e encontrar um equilíbrio entre o apoio à reforma tributária e as demandas de sua base eleitoral.